A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas – AICCOPN prevê que, em 2024, o setor da construção contribua decisivamente para a evolução da atividade económica nacional.
Apesar do menor dinamismo da atividade económica nacional, as previsões continuam a apontar para um crescimento sustentável do setor da construção para 2024, antecipando-se uma variação real do Valor Bruto de Produção em 2024, entre 2% e 4%, intervalo a que corresponde um ponto médio de 3%, em linha com as previsões de Outono, da Comissão Europeia.
De acordo com a Conjunta da Construção da AICCOPN, ao longo de 2023, e apesar dos constrangimentos que afetaram a atividade das empresas de construção, a maioria dos indicadores setoriais mantiveram uma tendência de evolução positiva, destacando-se a criação de cerca 20 mil postos de trabalho adicionais até ao final do 3º trimestre de 2023, o aumento, até novembro, de 2,5% do consumo de cimento e de 70,9% do montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos, em termos homólogos acumulados.
Quanto ao segmento da habitação, o mais afetado pelo aumento dos custos de financiamento, apesar da redução de 20,9% do número de alojamentos transacionados, nos primeiros três trimestres de 2023, em resultado do elevado nível de procura, manteve-se a tendência de valorização dos imóveis com o índice de preços na habitação a aumentar 7,6%, em termos homólogos, no 3.º trimestre do ano.
Em termos de licenciamento municipal de edifícios residenciais verificam-se, até outubro, variações de -10,3% no número de edifícios licenciados e de +5,6% no número de fogos em construções novas, revelando uma maior tendência dos investidores na construção de edifícios multifamiliares.
A habitação é o vetor com maior dimensão no PRR, destacando-se, neste âmbito, a existência de 269 Municípios já com as respetivas Estratégias Locais de Habitação aprovadas em conformidade com os princípios do programa 1.º direito. Assim, tendo em consideração a evolução dos indicadores em 2023 e os fatores acima indicados, a estimativa para 2024 prevê um crescimento entre 1% e 3% do valor bruto da produção deste segmento de mercado.
No que toca ao segmento dos edifícios não residenciais, em face da previsão de um menor dinamismo da atividade económica nacional e da evolução do licenciamento de edifícios não habitacionais, as projeções apontam para que a evolução do valor bruto da produção neste segmento se situe entre 0% e 2%.
No segmento da engenharia civil, nos primeiros onze meses de 2023, apuraram-se aumentos de 70,9%, em termos homólogos, do montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidas e de 30,6% no montante dos contratos de empreitadas, celebrados e registados no Portal Base, em termos de variação homóloga temporalmente comparável. Neste seguimento, as expectativas são que se mantenha, novamente, como o segmento mais dinâmico em 2024, estimando-se um crescimento entre 3,5% e 5,5% do seu valor bruto da produção.
Segundo a AICCOPN, em 2024, prevê-se que o setor da construção contribua decisivamente para a evolução da atividade económica nacional, com a produção total, em termos reais, no ponto médio do intervalo de previsão, a crescer 3% e a situar-se, em valor, nos 21.212,9 milhões de euros.